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Archive for September, 2007

sistema de caronas…

September 26, 2007 33 comments

A idéia:

Criar um sistema de gerenciamento de caronas.

Pode começar pequeno. Pessoas da mesma universidade se cadastram no sistema e esperam encontrar companheiros. Parece que estudantes a USP e da UNICAMP e a Anhembi Morumbi tentaram. Os sites não estão mais no ar. De repente, ainda acontece dentro do campus.

Ou então pessoas que vão para empresas próximas poderiam se juntar. Quem sabe imitar o que ocorre nos filmes americanos, nos quais pais fazem rodízio para levar as crianças à escola.

Um sistema de caronas seria, além de uma solução bacana para o tráfego e para a poluição, um ato cidadão. Ser um caronista pode até render novas amizades. Dividir pensamentos.

Mas pode ser maior. Um sistema que tivesse o apoio do governo poderia monitorar tudo, eliminando possíveis malandros aproveitadores. Todo cuidado é pouco. Poderia ser criado algo mais abrangente. Juntar pessoas que vão para a mesma cidade, em viagem. Adaptar um pouco os próprios horários sai mais barato do que viajar sozinho. O argumento do preço deve servir de algo.

Seria impossível criar algo assim no Brasil?

Algum leitor mestre em programação não está a fim de fazer isso? Pode se tornar o “google” das caronas.

sistema de caronas. Homem e Mundo. Análise do Comportamento. Terapia Comportamental. Terapia. Psicologia.

Categories: Brasil

deve a psicologia ser guiada por um “ideal” pragmatista?

September 23, 2007 11 comments

De forma resumida, o pragmatista considera que não é possível descobrir A VERDADE. Por isso, contenta-se em descobrir uma verdade provisória sobre os fatos da realidade e compromete-se a abandonar suas afirmações provisórias tão logo outra verdade, mais eficaz, seja apresentada.

Ou seja, a qualidade de uma verdade é medida pelas conseqüências práticas que proporciona. A melhor verdade, então, é aquela que produz melhores resultados.

Como eu apontei antes, e como muitos autores apontam (vejam Davidoff, Schultz & Schultz, Bock, Figueiredo, entre outras centenas), a Psicologia possui diversas maneiras de lidar com os fenômenos psicológicos. E vai mais fundo: a própria definição do que é fenômeno psicológico e do que é o ser humano muda muito de abordagem para abordagem psicológica.

Toda essa amplitude, é claro, engloba perspectivas científicas, quasi-científicas, nada científicas, e bobagens de todo tipo. Não quero defender qual é a melhor maneira de lidar com o humano, nem quais perspectivas considero deficitárias. A discussão é outra:

Deve a Psicologia ser guiada por um ideal pragmatista?

Dizendo de outro modo, é válido para os clientes (individuais e coletivos), estudantes e profissionais que um pente fino seja passado na área da Psicologia, deixando ativas apenas as abordagens que explicam o humano de forma simples e eficiente?

A resposta parece óbvia. No entanto, a realização de tal obra não é simples.
Alguém quer discutir? Uma primeira e complexa pergunta: como definir o que são melhores resultados?

deve a psicologia ser guiada por um ideal pragmatista? Homem e Mundo. Análise do Comportamento. Terapia Comportamental. Terapia. Psicologia.

Categories: Ciência, Filosofia, Psicologia

UAU!

September 19, 2007 7 comments

Acabei de encontrar, no Favoritos, um link para estas fotos.

São fotos que representam momentos da humanidade. Poucas cômicas, outras dramáticas, muitas sinistras. Vale a pena ver todas. Todas.

Categories: Indefinido

um pouco de decepção com o metrô

September 19, 2007 4 comments

Não é segredo que estou cansado de São Paulo. 90% desse cansaço vem das filas e do trânsito. O metrô, apesar de sempre estar cheio, continua a melhor maneira de se transportar pela maior cidade do Brasil. Não demorou para eu me tornar fã de carteirinha. Pesquisei a história desse excelente meio de transporte. Investiguei como ela se instalou no Brasil. Fui atrás. Empolgado.

Sou fã da velocidade, da arquitetura, da limpeza, da educação dos funcionários, etc. Quando fiquei sabendo, há muito tempo atrás, da amplicação do metrô, fiquei contente. Significa uma opção barata de transporte e menos trânsito na cidade. Seria ótimo se sampa inteira fosse recheada de metrô. A melhoria de qualidade de vida seria incrível!

Nos últimos meses, porém, venho me decepcionando com o sistema de transporte. Começou com o desabamento. Aquilo foi um absurdo. Eu sempre acredito no erro do dinheiro: um tipo de erro humano bastante comum nesses dias. Funciona assim: gasta-se menos, embolsa-se mais e arrisca-se mais. Bom, ao que tudo indica, o desabamento foi culpa do erro do dinheiro. Vergonhoso. Esse, de todos, foi o maior erro já cometido no metrô. Acredito que toda a população ficou decepcionada.

Pouco antes do desabamento enorme ocorrido em Pinheiros, houve um desabamento menor na região do Largo da Batata. Não houve feridos, ainda bem. Teria sido erro humano ou erro do dinheiro?

Depois tiveram ataques às estações. Bombas caseiras. Não foi culpa deles, a priori. Fiscalizar milhões de paulistanos diariamente tornaria tudo um caos. Eles tentaram. Durante um tempo, colocaram detectores de metal em alguma estação. Já tiraram. Na época, tiraram a lixeira de algumas estações, pois a bomba caseira foi encontrada nessas lixeiras. Isso causou um aumento enorme da quantidade de sujeira. Não foi uma história bacana.

Agora, outro problema. Na construção da linha amarela, dois túneis que deveriam se encontrar estão desalinhados. As obras vão atrasar. É provável que os custos aumentem…

Espero voltar a falar bem do meu meio de transporte favorito.

Categories: São Paulo

um pouco de diarice

September 18, 2007 2 comments

No último domingo fiz a prova de um concurso para Psicólogo da Educação. A prova consistiu de 40 testes, sendo que dez deles eram sobre língua portuguesa, dez sobre conhecimentos gerais e vinte sobre conhecimentos específicos.

Acertei 8 de língua portuguesa. Pensei que ia gabaritar. A certeza é sempre uma dúvida.

Consegui 9 respostas corretas em conhecimentos gerais. Considerei bom. Cometi um erro tão, mas tão tosco, que não vou comentar aqui. Seria vergonhoso.

Das 20 questões sobre Psicologia, acertei 12. Ou seja, proporcionalmente às outras categorias, fui terrivelmente ruim nesta parte da prova. Caiu apenas uma questão sobre análise do comportamento. Algumas foram sobre projetos de lei, às quais acertei quase todas. As restantes foram sobre liderança nas organizações, nomes específicos de procedimentos organizacionais e concepções terapêuticas diferentes da que utilizo.

Eu fiquei chateado, mas não por causa dos 8 erros. Eu conheço a multiplicidade da minha área. Estava esperando por autores desconhecidos e nomes nunca antes vistos. Estava esperando, inclusive, ter que responder a alternativas que se opõem ao meu modo de pensar a Psicologia.

Fiquei chateado por ver tanta variedade… Como conhecer tudo? É necessário haver tantas concepções diferentes? Penso que não. Seria muito melhor para estudantes, profissionais e clientes que a Psicologia fosse sintetizada. Preferencialmente, dentro de um quadro científico. Poderiam, e deveriam, existir concepções variadas, mas não as galáxias de distância e os diferentes universos que temos hoje.

A Psicologia é tão variada, que às vezes eu me pergunto se todos nós estamos escrevendo, e teorizando, sobre os seres humanos.

Com 29 acertos em 40, não vou ter chance de ser chamado. Mas agora eu sei.

Categories: Indefinido

os cinco livros que não mudaram a minha vida

September 13, 2007 12 comments

A convite do Catatau, decidi participar do meu segundo meme. O primeiro foi em relação a livros que mudaram a minha vida, feito pela Maga. E agora este, sobre livros que não mudaram a minha vida.

Não é preconceito contra Psicanálise, mas os dois primeiros livros que vou citar estão relacionados à dita. O primeiro é um livro assustador que li em uma respirada. Chama-se “Freud para Crianças” (Louise Armostrong). Nesta obra, desenhos mal feitos são alternados com más explicações sobre a Psicanálise. No livro, o pobre garotinho, personagem principal, era ensinado sobre inveja, ódio e por que odiava o pai e queria ter relações intensas com a mãe. Tudo com muito mal gosto. Na esteira, decidi ler “Édipo Rei” (Sófocles) para entender de onde Freud havia tirado o mais famoso evento psicológico da humanidade. E me decepcionei. Compreendi que o psicanalista escolheu Édipo por ele ter cometido o incesto sem saber que o estava fazendo (ou seja, de forma inconsciente), mas descobrir isso definitivamente não mudou a minha vida. Ainda não descobri por que Freud escolheu o incesto…

Li “Os Sofrimentos do Jovem Werther” (Goethe) esperando encontrar um livro revolucionário. Ele foi um dos precursores do romantismo, afinal! No entanto, descobri que eu devia ter conhecido Werther há dois séculos atrás, quando ele ainda era novidade. Hoje, a idéia romântica do jovem platonicamente apaixonado não é nova. A história do livro é bacana, sim, mas minha vida continuou igualzinha após a leitura.

Durante um tempo, a li alguns livros sobre como escrever, dicas para escritores, etc. Na época, eu acompanha o blog de um literato, blog do qual eu gostava muito. Assim que este blogueiro lançou um livro sobre a artes de escrever, corri para comprar. Depois de uma boa luta, consegui uma cópia do “O Cabotino” (Paulo Polzonoff Jr.) e me decepcionei perdidamente. Nada do que li ali foi de valia para mim. Qualquer blog sobre o assunto dá dicas mais interessantes do que as contidas no livro.

Finalmente, o quinto livro que não mudou a minha vida: “Terapia Cognitiva: Teoria e Prática” (Judith Beck). No livro, Beck descreve as técnicas e exemplos de casos realizados pela abordagem cognitiva. As definições e procedimentos são esteticamente interessantes, mas o livro não me ensinou nada mais efetivo do que a abordagem com a qual trabalho. O livro de Beck tornou-se, para mim, um guia de como falar sobre terapia cognitiva. Minha vida não mudou por que até agora não precisei falar sobre o assunto… Quem sabe a Beck não seja retirada da lista no futuro.

Gostei muito do tema. Estou curioso para ver a resposta dessas 5 pessoas: Maga, Alessandro, Pimenta, Aécio e Marcus.

os cinco livros que não mudaram a minha vida. Homem e Mundo. Análise do Comportamento. Terapia Comportamental. Terapia. Psicologia.

Categories: Literatura

como é a biblioteca de babel de borges?

September 11, 2007 14 comments

Jorge Luis Borges, o escritor argentino, tinha muitas idéias interessantes. Para nossa sorte, era um contista maravilhoso. Confesso que não li muitos dos seus textos. Mesmo assim, tenho uma paixão louca por algum dos seus contos.

Um dos textos mais impressionantes de Borges é a “A Biblioteca de Babel” (link para o conto completo em espanhol), que fiquei conhecendo neste post do Alessandro Martins. A idéia de uma biblioteca em que todos os possíveis livros existem é genial. A Biblioteca é o Universo em sua infinitude. É impossível para qualquer ser humano conhecer um pedaço significativo do todo, por mais dedicado que seja em sua busca.

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Uma versão da Biblioteca de Babel

 

O livro que você sempre quis ler está na biblioteca, mas a probabilidade de que você o encontre é infinitesimal. Vale a pena passar a vida a procurá-lo? A minha imaginação não me permite visualizar uma biblioteca infinita, sou travado pelo conhecimento do que consigo enxergar. Gosto de pensar na distribuição dos livros principalmente na horizontal, e não em uma torre. Não gosto de olhar o infinito de baixo.

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A Biblioteca de Babel em outra versão

 

Há algum tempo atrás eu encontrei, no Ueba, esta obra maravilhosa. Ela pode ser considerada uma representação ínfima de como seria a verdadeira Biblioteca de Babel. Se você clicar no link, vai para uma página em que estão TODAS as possíveis combinações de palavras com 4 letras. Todas! Use a ferramenta “localizar” do seu browser para se divertir. Essa quantidade imensa de palavras é praticamente nula quando comparada à biblioteca de Borges. Para se ter uma idéia, basta lembrar que no Universo do argentino existe um livro para cada ordem em que essas combinações de palavras de 4 letras é apresentada…

biblioteca-de-babel-3.jpg
Esta é minha versão preferida

 

Existe um livro, ou muitos deles, que revela, letra a letra, toda a história da sua vida. E outros que registram todos os seus pensamentos. Este texto está escrito em algum livro da Biblioteca. Talvez em alguns bilhões deles.

biblioteca-de-babel-4.gif
Como é a Biblioteca por dentro?

 

Outro conto do qual gosto muito é o “Funes, o memorioso” (link para o conto completo). Ao mesmo tempo em que gosto da descrição do homem que não podia esquecer e, como conseqüência, não formava conceitos, imagino uma versão alternativa do Funes. Pensei, certa vez, em escrever um conto chamado “O outro Funes”. Esse novo Funes também seria incapaz de esquecer, mas ao mesmo tempo teria a habilidade de controlar o fluxo de pensamentos. A memória dele seria tão completa e complexa, que ele poderia viver uma situação agradável quantas vezes quisesse, sem que precisasse de qualquer esforço senão decidir revivê-la. Imaginei-o um homem magro, atrofiado, anêmico, vivendo do ontem como se fosse, literalmente, hoje. E o que seria do inconsciente psicanalítico em um homem que não pode esquecer? Talvez eu brincasse com isso também.

Categories: Literatura