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Archive for July, 2007

o que é a psicologia – introdução

Vou ousar. Tentar escrever o que é a Psicologia.

Basicamente, o que faço está relacionado com Análise do Comportamento, abordagem da qual posso falar bem. Mas a Psicologia é muito maior do que isso… e um pouco assustadora, do ponto de vista científico. Não por sua dificuldade, mas por sua falta de base.

Eu vejo com inveja as áreas do conhecimento que aparecem em revistas científicas. Física, Química, Matemática, Biologia, Neurociências em geral… Por que a Psicologia não pode ser tratada dessa forma, sendo divulgada tanto para a comunidade científica geral quanto para a comunidade leiga? Sem dúvida, a comunidade leiga usa termos psicológicos, mas será que os usa corretamente?

Não sei como vai a Psicologia em outras partes do mundo. No Brasil, sei que tudo está confuso…

Para que essa série tenha melhor desenvolvimento, a participação do público é fundamental. Como eu disse, conheço a fundo apenas uma abordagem. Então, fiquem à vontade para indicar textos ou tecer críticas. Espero aprender muito com essa série de textos, e diluir alguns preconceitos.

O que é a Psicologia – introdução
O que é a Psicologia – Parte 1: os primórdios filosóficos
O que é a Psicologia – Parte 2: os primórdios da biologia
O que é a Psicologia – Parte 3: o início da Psicologia I
O que é a Psicologia – Parte 4: o início da Psicologia II

Categories: Crítica, Psicologia

sou fã – parte iv: melhores refeições

Essa parte do “sou fã” vai ser diferente. Vou fazer uma lista do tipo TOP com minhas 5 refeições favoritas, ou seja, não necessariamente meus pratos preferidos. A lista remonta almoços, jantares e lanches que foram inesquecíveis pelo sabor, pelo ambiente, pela companhia ou por tudo isso de uma vez. E, sendo que os locais onde comi essas refeições foram tão bons para mim, vou fazer propaganda gratuita.

Claro que eu adoraria que os responsáveis pelos estabelecimentos lessem este post e me convidassem para uma jantar gratuito.

Estou viciado em experimentar novos sabores. É muito mais gostoso do que ver novas paisagens ou ouvir novas músicas. A língua manda.

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5 – O Capuccino desconhecido

capuccino-1.jpgNão consigo me lembrar onde tomei o melhor Capuccino da minha vida. Pode ter sido em Curitiba, Porto Alegre, Florianópolis ou São Paulo.

O local eu não lembro, mas lembro do sabor, que é como, desde então, acredito que capuccinos devem ter: cremoso, com um leve gosto de chocolate, e um pouco amargo, do café.

Venho procurando um Capuccino igual há anos, mas nunca mais encontrei. Realmente gostaria de encontrar aquele lugar novamente…

Só de pensar dá água na boca.

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4 – Pizza de Portuguesa no Paparella

pizza.jpg Por incrível que pareça, a pizza de portuguesa mais gostosa que eu comi foi em Florianópolis, e não em São Paulo. Não se enganem. Proporcionalmente, comi muito mais pizzas gostosas em sampa do que em Floripa, mas nada foi igual àquela pizza de portuguesa.

Foi em uma noite com a minha família e a família dos amigos que moravam comigo. O ambiente era perfeito, tendo de crianças a casais mais velhos, e alguns jovens.

Uma noite de risos e desse sabor que, como o do Capuccino, venho buscando em outras pizzas.

A imagem dessa pizza não faz frente à da pizza da Paparella, mas infelizmente não consegui outra melhor.

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3 – Gyoza na feirinha de domingo da Liberdade

gyoza.jpgEu posso dizer, com certeza, que o sabor do Gyoza da feirinha da Liberdade mudou a minha vida. Foi a primeira mordida naquela massa deliciosa, recheada com porco e frango, tudo molhado ao shoyo com ervas, que me impulsionou na busca por novos sabores.

O começo de tudo foi o gyoza. Foi um gozo incomensurável. Eu sou fresco para comer, mas do tipo que só come coisas simples. Foi no sentido de me fazer querer a novidade que o gyoza se destaca.

A feirinha da Liberdade acontece todos os domingos, no bairro da Liberdade, em São Paulo. É um pouco cheio, você come de pé, mas vale a pena. Não há gyoza igual.

Além deste prato, há ainda várias opções deliciosas na feirinha. Eu recomendo fortemente.

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2 – Árabe no Almanara

arabe.jpgO dia em que comi pão sírio, homus e kafta foi especial. Era 16 de abril de 2007, o dia em que pedi minha namorada em casamento e ela disse “sim”. Parte da comemoração foi o jantar no Almanara. O restaurante fica em Alphaville. O ambiente é silencioso e escurinho, perfeito para ficar namorando. E a comida é deliciosa.

Eu nunca imaginei que, em vida, comeria pasta de grão de bico e acharia gostoso. Mas estão aí os fatos para mostrarem a verdade. Comi também um kibe com amêndoas, o melhor já provado. Para finalizar, comi kafta, que é carne moída temperada à moda libanesa; junto vinha um molhinho muito gostoso, parecido com o nosso vinagrete, mas com um tempero desconhecido por mim.

O dia, a companhia, a comida, o clima, fazem do jantar no Almanara o vice-campeão da minha lista.

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1 – Comida tailandesa no Mestiço

tailandesa-2.jpg Nenhuma comida chegou aos pés da que experimentei no Mestiço. Foi no dia 20 de julho de 2007, para comemorar meu aniversário. Fomos eu a Bruna, minha namorada.

O ambiente já nos ganhou. O lugar era claro, sem ser invasivo. Serviço perfeito. Todos muito educados, rápidos e bem treinados. Explicaram passo a passo o que era cada prato e sempre estavam disponíveis. A organização é realmente impecável.

Tivemos que esperar um pouco pela liberação de uma mesa, mas até a espera foi agradável, com cerveja e conversa. O Mestiço é um lugar realmente agradável.

O jantar em si, bah, foi o mais delicioso da minha vida. Começamos com uma entrada, o Krathong-thong, uma cestinha com frango, milho e um tempero que preciso aprender a fazer de qualquer jeito. A casa é especializada nessa entrada. Vale muito a pena, realmente. Serviu como demonstração do que estava por vir.tailandesa-1.jpg

Em seguida, fomos ao prato principal propriamente dito, o bonitão ali de cima, Paad-Pak, um frango coberto com pasta de gergelin que acompanhou vegetais temperados com outro misterioso tempero inesquecível. Pedimos com shitaki, que é uma delícia. Junto aos vegetais, mais cogumelos deliciosos.

Para acompanhar, pedimos arroz indiano, que é um arroz amarelo com pedacinhos de frango e outras delícias.

Foi perfeito. Nota 10 para o serviço, para o ambiente, para a companhia e para o sabor, que pretendo repetir ou reproduzir muito em breve.

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Infelizmente, não conheço de cozinha o suficiente para saber o quanto pratos estrangeiros são traduzidos para o Brasil. De todo modo, garanto que as refeições acima precisam ser experimentadas.

Categories: Crítica, Diarices

o que nos fazem pensar

Acabo de ler uma reportagem da revista Superinteressante sobre energia nuclear. Alguns defensores do meio-ambiente voltaram atrás na condenação da energia nuclear e começam a reconhecer que este tipo de produção de energia é menos maléfica ao meio-ambiente do que a produção comum, por meio de petróleo, sobretudo; muito mais barata do que fontes solares e eólicas de energia; e, além disso, torna desnecessária que sejam criadas represas artificiais. Outros defensores do ambiente não compraram a idéia ainda.

O mais interessante no debate, no entanto, não é se a energia nuclear é maléfica ou não, mas sim como diferentes eventos mudam nossa maneira de pensar. Os acontecimentos que tornaram a fissão nuclear inimiga da opinião pública foram o desastre de Chernobyl e as bombas americanas no Japão. Foram, realmente, momentos terríveis na história da humanidade. Mas, por alguns motivos, precisam ser relevados, no contexto de produção de energia.

Primeiro, produção de bombas e produção de energia são coisas diferentes. Assim como são diferentes utilizar gasolina em automóveis e em coquetéis molotov. Além disso, há evidências fortes de que o desastre de Chernobyl foi causa de erro humano. Novas medidas de segurança reduzem ao mínimo a possibilidade de novos problemas. Bom, todos continuamos dirigindo nossos carros, que matam infinitamente mais do que usinas nucleares. Infinitamente mais. Para finalizar, a energia nuclear é barata, eficiente e evita, além do represamento, que diversos países fiquem dependentes dos produtores de petróleo.

Toda a opinião pública contrária à energia nuclear foi criada por ondas, honestas e compreensíveis, de indignação. Não houve ponderação do ocorrido, ao menos não por parte de grande parte da população. Os ecologistas rapidamente hastearam bandeiras contra a energia nuclear, baseados na paixão. E muitos de nós compramos a idéia, ainda que não tenhamos visto as bombas ou conheçamos a fundo o ocorrido em Chernobyl.

O tempo, e os dados, estão mudando a opinião de muita gente. Agora que a paixão passou, as pessoas estão prestando atenção ao que importa no nosso novo contexto: fontes de energia baratas e alternativas ao petróleo. Análises aprofundadas de custo e mesmo de poluição estão mudando concepções cimentadas há muito tempo. Muitos entrevistados da superinteressante, incluindo ecologistas, pensam que a energia nuclear é uma esperança contra o aquecimento global.

Vendo tudo isso, é interessante fazer duas perguntas:

O quanto o aquecimento global e as guerras em nome do petróleo poderiam ter sido evitadas não fossem opiniões apaixonadas?

Quantas opiniões apaixonadas nos impedem de vermos maneiras mais eficazes de fazer as coisas?

É sempre bom deixar claro: não sou contra a “paixão”, sou a favor da ponderação.
PS: Há ainda um problema. O lixo… Por enquanto está dando “certo”. Estão estudando novas maneiras de lidar com ele

Categories: Ciência, Coisologia

atualizem seus endereços, por favor

Categories: Geral

agora sim, mais profissa

Vocês devem ter notado que mudei o blog de lugar, agora para um domínio próprio.

Utilizar o wordpress no endereço wordpress.com é diferente de tê-lo instalado em um domínio.
Algumas coisas mudam. Então, perdão adiantado por possíveis barbaridades que vou cometer.

Já vi duas:
Primeiro, os links desapareceram. Não foram importados. Este tem solução fácil. Basta criá-los novamente.

Segundo, e esse é bastante chato:
Por algum motivo, o nome dos comentaristas não foi importado.
Ou seja, todos os comentários vieram para cá, mas não o nome de quem comentou… Esse problema eu não sei arrumar.

Foi mal, galera.

Bom, estamos aí, de casa nova e definitiva e o mesmo blog de sempre.

A vida segue…

Categories: Indefinido

as palavras

Você já reparou que tudo são palavras?

Se você pegar uma palavra, como “perfeito”, e se perguntar por que ela é usada e de onde ela veio; em seguida, repeti-la dezenas de vezes, você vai perceber o quanto ela não tem sentido “por ela mesma”. A palavra “perfeito” não é aquilo a que ela denomina.

Eu duvido que você seja capaz de beber a palavra “água”. Ou que consiga comer a palavra “arroz”.

Você não é capaz de comer “arroz”, nem beber “água”, mas é capaz de comer e beber aquilo a que elas nomeiam. Aquela coisa sem cheiro, sem cor, e a outra, que é um monte de coisinhas.

O mais louco é que você também não é capaz de se referir ao “arroz” ou à “água” sem usar uma palavra qualquer. O arroz não é só “arroz”, ele também é “branco” e “pequeno”, podendo ou não estar “salgado”. Você pode pintar o tal “arroz”, mas não é uma solução nada prática.

A verdade é que aquilo que você bebe não precisa chamar “água”. O nome não é a coisa!

Ou é?

Se alguém disser que você é um “idiota”, você vai se sentir ofendido?

Pense bem, já é difícil acreditar que “água” é água, imagine então algo como uma opinião. Uma porta é “bonita” na boca de um e “feia” na boca de outro. E o seu sobrinho está “grande” ou não “cresceu nada”?

Os adjetivos, além de carregarem o problema de não serem o que nomeiam, são ainda mais pesados por serem opiniões. É assim que a mesma pessoa é “idiota” ou “inteligente”.

Acho que tudo isso mostra que a palavra não é a coisa.

Ou é?

Lembra que te chamaram de “idiota”? E aí, você se sente ofendido ou não?

Imagine que a pessoa que te ofendeu de “idiota” é a pessoa a quem você ama. Aposto que essa ofensa doeria mais do que um pisão no pé, talvez até mais do que um tapa na cara.

É difícil de entender que isso seja possível… As palavras não são as coisas, afinal!


Acontece que as palavras não são as coisas,
mas se parecem muito com elas!

São semelhantes o suficiente para machucar ou alegrar, mas não tão parecidas a ponto de podermos comer “arroz”.

Por que isso acontece?

Porque nosso corpo é meio burro. Bom, mais ou menos isso. Quando você aprendeu a palavra “água”, devia estar vendo água, ou então com sede, e aí dizia “água” e ganhava a dita cuja.

Quando alguém dizia que você era “bacana”, “gente boa”, ou “o cara”, aposto que quem dizia isso olhava nos seus olhos, tocava seu ombro, sorria, fazia uma cara legal, etc.

De forma semelhante, toda vez que te chamavam de “idiota”, usavam um tom de voz ríspido, com uma cara nada amigável, e provavelmente te davam as costas.

Essa é a história.

As palavras ficam impregnadas com a situação em que elas apareceram. Nosso corpo, para o bem ou para o mal, faz um pareamento entre a situação e a palavra.

Daí acontece que o corpo reage à palavra do mesmo modo como reage à situação. Doido, né?

Aposto que quando você está com fome, é gostoso falar de comida. E que apenas o nome da pessoa a quem você ama é capaz de te deixar meio bobo.

Se você tivesse aprendido a palavra “martelo” em um clima agradável, com pessoas rindo à sua volta, e te dando doces e coisas que você gostava, você adoraria ouvir “martelo”, ainda mais mais se saísse de uma boca amada.

E isso explica tudo: pareamento situação-palavra, emoção-palavra, necessidade-palavra. Ê mundão humano!

Eu sempre tento me lembrar de que as palavras apenas parecem as coisas, mas não são. Sempre mesmo. Ajuda a não ser enganado.

Por exemplo, quando eu ouço “pessoas com cara comprida são burras”, eu não caio nessa. Primeiro, porque “caras compridas” é um adjetivo que reflete uma opinião. Segundo, porque ocorre o mesmo com “são burras”. Na verdade, se ouço isso, começo a desconfiar que “burro” é quem falou a frase.

Acabou.

PS: Reza a lenda que há muito tempo atrás um garoto estava sendo perseguido por um “lobo”. Virou o animal do avesso e comeu um delicioso “bolo”.

Categories: Coisologia, Filosofia

e quem não tem deus ou algo assim?

Bom, a essa altura do campeonato, vocês devem saber que Deus, ou algo assim, não existe para todo mundo.

Para mim, não existe, por exemplo.

O que fazer quando chega um momento de aperto, como quando seu carro está indo em uma velocidade incrivelmente perigosa na direção de um muro (ou precipício)? Aqueles que têm Deus, ou algo assim, podem rezar, ou coisa do tipo. Na minha opinião cética, isso serve apenas para aliviar a cuca, porque reza alguma vai mudar o fato de que o muro parece estar andando bem rápido.

E quem não tem Deus, ou algo assim, o que faz? É legal colocar a esperança em algum lugar. Por isso ela é a última que morre, ela sempre está em algum lugar distante do enredo fatal.

Os céticos só podem contar com uma coisa: a probabilidade de bom funcionamento do mundo. Se o carro tiver um bom freio, se o motorista tiver reflexos como os de um predador, se a pista não for escorregadia, etc, o acidente pode ser evitado. Quer dizer, tem maior chance de ser evitado.

Aqueles que não têm Deus, ou algo assim, têm que contar com as coisas bem cuidadas. É preciso se esmerar e exigir esmero. Se você é um cético, é bom começar a fazer tudo corretamente. Nunca se sabe quando você vai querer jogar a esperança em alguma coisa. Deus é que não vai ouvir.

E, se não tiver jeito, é por que não tinha que ter. Não se trata de destino, trata-se de uma determinação tão poderosa e imutável, que nada adianta, no fundo do poço da verdade chata.

Acabou.

Categories: Coisologia, Filosofia